30 janeiro, 2010

AUSCHWITZ 60 ANOS DEPOIS

Em 1940 Hitler ordena a construção de Auschewitz. Parece que foi há muito tempo, mas nem por isso, foi ainda ontem... Em breve este complexo situado no sul da Polónia, a 60 quilómetros de Cracóvia, atingiria grande dimensão com 3 campos principais e 39 auxiliares. Auschwitz II - Birkenau era o campo de extermínio, sendo os restantes campos de trabalho ( escravo ) ligados à área militar, metalúrgica e mineradora. Auschewitz II - Monowitz, por exemplo, estava associado à IG Farben e produzia combustíveis líquidos e borracha sintética. Regularmente os SS faziam inspecção a estes campos de trabalho e enviavam para as câmaras de gás de Birkenau os prisioneiros mais debilitados.

Numa viagem de lazer esta não era uma visita apetecida... Ao almoço em Cracóvia sentia-se já o peso do que a tarde reservava. Mas é preciso preservar a memória, é preciso que a barbárie não seja esquecida. Por isso, no 60º Aniversário de Auschewitz aqui publico algumas das fotografias que lá fiz. Que esta tragédia não mais se repita, em lado algum, sob cenário algum.
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- «O Trabalho Liberta» - Não é possível atravessarmos esta porta principal do campo, encimada pela conhecida e cínica inscrição, sem deixarmos de sentir um arrepio na espinha e um pensamento para quantos a transpuseram para não mais voltarem ao mundo dos vivos.

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- Auschwitz foge um pouco ao estereótipo do campo de prisioneiros que conhecemos dos documentários de época e dos filmes. De facto era um antigo quartel do exército polaco adaptado a este fim pelos nazis. Todo em tijolo vermelho, também não é de grande dimensão. Hoje as antigas camaratas dos prisioneiros albergam um museu do horror, com imensas salas repletas, por exemplo, dos mais variados pertences retirados aos prisioneiros: pilhas de malas, de óculos, de próteses, de cabelo com que fabricavam tapetes, etc.

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- O campo encontra-se cercado por arame farpado, avultando, a espaços, estas conhecidas e tenebrosas torres de guarda.

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- Pátio dos fuzilamentos - Contra a parede de fundo, onde se presta homenagem às vítimas, foram fuzilados incontáveis prisioneiros.

. - Câmara de gás - Não é muito grande, pois tratou-se de uma câmara experimental. Aqui se testaram métodos e soluções que viriam a ser aplicadas noutros campos, numa outra dimensão, muito superior à de Auschewitz I.
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- Vista exterior do vizinho campo de Birkenau. Este sim corresponde inteiramente à imagem conhecida e esmaga-nos pela sua dimensão.










27 janeiro, 2010

METER A FOICE EM SEARA ALHEIA

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Assim se faz o mal e a caramunha...
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Essa coisa que teima em intitular-se «CPNT» e mais não é do que PSD/CDS/MPT/PPM, pois nos termos da lei as Coligações eleitorais «morrem» com o realizar das eleições para que nasceram, voltou à carga com uma «conferência de imprensa» exigindo ao PS a resolução ( com a demissão dos seus eleitos ) da situação que ela própria, apajeada pelo PCP, seu marionete de ocasião, criou, não aceitando as propostas para composição dos executivos de Santo Estêvão, Meca e Aldeiagavinha, apresentadas pela força política vencedora, o Partido Socialista.


Esta pressão, esta exigência, esta vontade de ver demitirem-se em bloco os membros das listas socialistas que concorreram às últimas eleições autárquicas nessas freguesias é de facto absurda, despropositada, trapaceira e abusiva. Sim tudo isto isto e muito mais, pois este «meter a foice em seara alheia» inverte a realidade dos factos, uma vez que quem criou toda a situação foram essas forças da oposição e não o Partido Socialista.


Diz a lei que a força política vencedora elege de imediato o seu «cabeça de lista» como Presidente da Junta, passando este a apresentar à Assembleia de Freguesia eleita as suas propostas para composição do executivo, ou seja, para os lugares de Tesoureiro e Secretário da Junta. Foi isso que fizeram os presidentes eleitos pelo PS, com razoabilidade, diga-se, pois até estavam dispostos a ceder um lugar à oposição.


Esta, tão só preocupada com o seu jogo político, recusou sucessivamente as propostas apresentadas, pouco preocupada com as consequências que daí viessem para o funcionamento dos órgãos em questão. Como a lei é «coxa» e não prevê saída para estas situações, tudo se resolveu com «pareceres» de quem de direito que vão no sentido de que deverão manter-se em efectividade de funções os tesoureiros e secretários dos executivos anteriores até que sejam eleitos pela Assembleia de Freguesia aqueles que os deverão render.


Refira-se a propósito que esta situação de impasse não é nova e é sobejamente conhecida pelas forças políticas representadas em S. Bento. Todavia para que a lei seja alterada necessário se torna que PS e PSD cheguem a um acordo, acordo esse que poderá passar pela criação de executivos de cor única, ou, pelo menos, por uma maioria absoluta sempre garantida à força política vencedora. Recentemente, vi noticiado que este acordo necessário e oportuno para resolução de uma grave falha legislativa ( no caso das freguesias ) e de justiça eleitoral ( em todos os casos ) tinha conhecido desenvolvimentos positivos e estaria para breve...


É certo que o PS colocou em cima da mesa a hipótese de vir a seguir a via da demissão em bloco que conduziria à convocação de novas eleições, mas o vir a fazê-lo e quando só a si diz respeito! Que legitimidade têm as outras forças políticas para virem falar dessa via? Nenhuma! Se estão preocupadas com a situação criada ( o bom funcionamento das Juntas está garantido, é preciso não o esquecer ), pois então porque não apresentam ao Partido Socialista um pedido de negociação para com justiça e respeito pelos resultados eleitorais se vir a resolver uma situação que, mais uma vez, foram elas próprias a criar? Era essa, afinal, a «conferência de imprensa» que fazia sentido dar, aquela em que isso fosse anunciado!


Ah! E já agora mostrem mais respeito pela legalidade, apresentem-se com o único nome que realmente têm: o dos Partidos que representam.

26 janeiro, 2010

Nós por cá todos bem...

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Carregado - Marco da mala-posta

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Menos ais, menos ais, menos ais...

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Todos nascemos nus, mas o recém-eleito presidente da Junta de Freguesia do Carregado, José Mendes, veio ao mundo ( da política, já se vê...) vestido de «cobrador de promessas», não um «cobrador» qualquer, mas um «cobrador de fraque», tanto tem dado nas vistas neste seu anunciado propósito. Pelo menos é a idéia que me ficou do que já ouvi e li na imprensa local e não só...

Mas, acontece que as dívidas só são dívidas quando vencidas e, depois, há que ter legitimidade para as cobrar. Pois bem, parece-me que ainda é cedo, muito cedo, para evocar qualquer dívida camarária pelo que, por aqui, o «paleio» vem a despropósito, e, quanto à legitimidade para a cobrança, ela pertence inteirinha ao eleitorado, esse sim, o legítimo e definitivo cobrador das promesas feitas e do trabalho desenvolvido.

E tanto assim é que o presidente Mendes lá está, na Junta do Carregado, em representação da coligação chefiada pelo PSD e em resultado da «dívida» cobrada pelo eleitorado ao PS. E lá está, carpindo alguns ais, porventura esquecido ( ou não, mas a idéia fica ) de que os órgãos das Freguesias, tal como os dos Concelhos, têm atribuições e competências próprias, não existindo entre eles qualquer relação hierárquica, embora, logicamente, seja de esperar de ambos uma boa relação de cooperação e solidariedade, uma vez que Juntas e Câmaras exercem administração sobre o mesmo território.

Vem isto a propósito de até agora ter ouvido e lido muito sobre a preocupação ( não totalmente despropositada, é certo... ) do Presidente José Mendes sobre o que a Câmara poderá e deverá fazer pela freguesia do Carregado, e afinal, ter ouvido e lido muito pouco sobre o que o mesmo senhor, no uso das suas atribuições e competências se propõe fazer pela sua freguesia. Não se esqueça pois o senhor presidente da Junta do Carregado que, para além de «cobrador de promessas» é, antes do mais e também, um «pagador de promessas».












16 janeiro, 2010

ESTOU DISPONÍVEL PARA ESSE COMBATE

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As palavras esperadas fizeram-se ouvir e seremos muitos a responder à chamada. Pela minha minha parte, também eu estou disponível para te apoiar em mais este combate que, estou certo, levar-te-à a Belém. Estou disponível porque acredito que tu serás o melhor para nesse lugar cimeiro do Estado travares a luta necessária pela República e por este «País doente».
E também porque, como um dia escreveste sobre um outro insubmisso,
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uma boca nos engole
uma terrível boca no mundo que se alimenta
não apenas de certos mortos mas da morte do sonho
não apenas da morte mas do direito a uma morte própria
uma boca no mundo que devora
a memória mais pura
a História o tempo o próprio assombro.
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Ontem fomos um milhão. Amanhã seremos muitos mais!

08 janeiro, 2010

MANUEL CASIMIRO - A MINHA HOMENAGEM

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- Manuel Casimiro, na última fila, de branco, ainda jovem, nos "bastidores" de um jantar em que esteve presente Mário Soares.
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Subitamente, aos 62 anos de idade, a morte levou consigo o Manuel Casimiro. Este alenquerense da minha geração, foi um dos obreiros do nosso movimento associativo, destacando-se particularmente, enquanto fundador e colaborador da Rádio Voz de Alenquer desde a primeira emissão há 24 anos e como director da Liga dos Amigos de Alenquer, colectividade a que presidiu.
Mas o Manuel Casimiro foi também um cidadão empenhado, autarca na freguesia de Santo Estêvão, presidindo, até há bem pouco, à Mesa da respectiva Assembleia, eleito pelo seu partido de sempre, o Partido Socialista, a quem deu décadas de militância. Campanha eleitoral, após campanha, o Manel era voz do carro de som que percorria e vila e o concelho, distribuindo manifestos.
Por motivos de saúde não foi possível prestar-lhe, presencialmente, a minha última homenagem, mas ela aqui fica, sentida, porque as colectividades, a política e o desporto alenquerense perderam um dos seus mais dedicados intérpretes.

06 janeiro, 2010

Nós por cá, todos bem...

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VOCACIONADOS PARA QUÊ?

Foi já nos anos 60. Nessa tarde o Alenquer e Benfica recebia no seu campo das Paredes uma equipa lisboeta que trouxera consigo, em excursão, meio bairro. Meio bairro, daqueles castiços, farto pic-nic e máquina fotográfica de 5 litros a tiracolo. Não sei onde se aviaram, mas quando se apresentaram à porta do campo, já vinham bem compostos...

Faziam policiamento dois guardas da GNR, um a cada porta. Na porta principal estava o soldado "C" que gozava de poucas simpatias e era tido como (esqueçamos os adjectivos...). Na porta secundária, estava o soldado "R", bom homem, pacato, a quem ninguém apontava um dedo sequer.

E tudo se passou na porta principal onde estava "C" que, não sei porquê, se viu a contas com a agressividade da claque visitante. Houve alguém que, condoído com a situação, foi a correr à porta secundária onde estava "R" e lhe disse: "Eh pá! Vá depressa acudir à outra porta que os gajos estão a dar conta do seu colega!".

Com toda a calma "R" respondeu: "Uhm! Na minha porta não se passa nada, está tudo normal...". E continuou fumando o seu cigarro na maior das calmas, sem mexer uma palha...

Perante o episódio de ontem ocorrido à porta do Instituto Português de Qualidade, em Santo Amaro de Oeiras, com a manifestação da gente dos divertimentos de feira, lembrei-me desta história. Pela televisão ouvi o representante dos manifestantes insurgir-se contra as forças da ordem que, com a sua brutalidade, haviam feito feridos. Logo imaginei desprotegidas senhoras, velhinhos e crianças atropeladas a cassetete... Afinal, não, os feridos foram três agentes da GNR, um com a cabeça partida à pedrada, outro com um nariz em igual estado e outro com escoriações. Quase apetece dizer: Bem feito, para não andarem por aí a brincarem aos polícias.

Mas não digo. Primeiro, porque tenho imenso respeito pelas forças da ordem e pela missão que lhes está cometida, uma das mais difíceis que existem. Segundo porque acho que a lei não protege suficientemente a actuação destas forças, mas isto daria «pano para muitas mangas». Por isso talvez seja melhor eles fazerem como o soldado "R" e, sempre que possam, dizerem como ele disse, que na sua porta está tudo normal.

Todavia sempre continuo a pensar como uma vez o expressei, com todo o respeito, a um senhor capitão da Guarda: Não vejo que a GNR esteja vocacionada para o policiamento, especialmente o de proximidade. E depois, estruturalmente, porque não se resolve isto das muitas polícias, PSP, GNR, Estrangeiros, Marítima, Judiciária, etc.?

Porque não se reduz a GNR a Regimento Militar vocacionado para missões protocolares, de guarda a Belém e a S. Bento, guardas de honra, intervenção interna, etc. Porque não se cria uma Polícia única, nacional, com secções fiscal, de natureza, de fronteiras ( marítima e terrestre ), de trânsito, guarda costeira, investigação criminal e mais que necessário, deixando o policiamento de proximidade às polícias locais, a serem criadas em cada município?

Subsiste ainda um problema: é nítido que as forças da ordem estão a perder autoridade, que hoje uma farda já não incute respeito. A culpa poderá ser do que já acima dissemos. Só? Quando vi polícias fardados, manifestando-se à porta do Primeiro-Ministro, evidenciando comportamentos ( de linguagem também ) ao nível de qualquer manifestação de "putos" da escola, mandando ao ar peças da sua farda, meus amigos...

Entretanto, nós por cá, todos bem... Só espero, também, que nada se passe à minha porta...





04 janeiro, 2010

Alenquer, bem-me-quer...

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COMEÇAR O ANO COM BOAS NOTÍCIAS
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O ano de 2009, o da grande crise, o da gripe que haveria de matar milhões e de outros acontecimentos de má memória, haveria de despedir-se com um enorme temporal que atingiu com particular violência a região Oeste, Alenquer incluída, já se vê.
Quem nessa noite de ventos ciclónicos ousou pôr o nariz de fora, ficaria, como eu fiquei, impressionado com o barulho das árvores que cercam a vila gemendo vergadas às rajadas de mais de 100 Km/hora e diria, como eu disse, que nunca havia visto nada assim. De facto, os últimos anos trouxeram consigo fenómenos atmosféricos inusitados como estes ventos mais próprios de outras regiões do globo, a neve, vagas de calor prolongando-se por mais dias que o habitual, etc., como se o planeta estivesse emitindo um aviso, lembrando aos homens que tudo tem limites.
A propósito dos efeitos desse temporal lembrou-se o semanáro «Expresso» de verificar como andavam os concelhos deste País quanto ao Planos de Emergência de segunda geração, cuja aprovação teve como data limite o mês de Abril do ano que se foi.
Pois bem, só dois concelhos, Alenquer e Castro Verde, haviam cumprido a legislação fazendo aprovar os seus planos. Mais, só haviam chegado à Autoridade Nacional de Protecção Civil 46 projectos, dos quais dois haveriam de ter aprovação ( os mencionados ), 24 aguardavam parecer, e 15 haviam sido devolvidos por estarem mal formulados.
Perante isto, como alenquerenses, devemos sentir-nos orgulhosos por este destaque "pela positiva" que Alenquer mereceu.