23 dezembro, 2013

A TODOS DESEJO...


UM NATAL FELIZ



E que em 2014 vejam concretizados os vossos melhores desejos!

07 dezembro, 2013

V ANIVERSÁRIO DO "AL AIN KEIR"

COM ALENQUER E POR ALENQUER
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 Faz hoje precisamente cinco anos que aqui publiquei a "mensagem" abaixo transcrita, a primeira desta minha página, através da qual, fundamentalmente, tento levar junto dos interessados, a minha (e nalguns casos, a nossa) vila de Alenquer, a sua beleza e o seu rico passado histórico. Para falar verdade, nunca pensei que esta tentativa de divulgação durasse tanto tempo. Mas durou e acho que, com mais ou menos assiduidade, irei continuar.
Uma página destas só terá alguma valia e interesse se tiver leitores. Sobre esse aspecto não poderei dizer que foi um rotundo sucesso. Mas bastaria que um só leitor houvesse, para me sentir motivado a dar-lhe continuidade.
Assim sendo, para todos quantos por aqui têm passado, vai o meu sincero obrigado pela vossa companhia. Continuemos pois com o nosso "Al Ain keir", neste aniversário com o seu rio, evocando a primeira mensagem aqui publicada no dia 7 de Dezembro de 2008.
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«Nasce nuns regatos ao pé da serra de Montejunto» e em Alenquer «...com os olhos de água, que recebe da fonte [nascente] Perenal, e de outros, que aí se incorporam, engrossa muito a sua corrente; e passando por dentro da Vila vai cortando na mesma direitura de Norte a Sul, algo tanto inclinado ao Sueste.
São as águas deste rio medicinais, porque os seus banhos curam os achaques, que procedem de intemperanças quentes, e os males cutâneos a que chamam do fígado.
Por ser este rio muito vizinho de Lisboa vai muita gente a ele tomar banhos no Estio, e ordinariamente costumam remediar as ditas queixas, ou seja porque a sua água lhes aproveite com a virtude natural, ou por milagre da Rainha Santa Isabel!...
Não tem casas determinadas para os banhos, mas costumam pela borda do rio fazer barracas em que os tomam».
- In Diccionario Geografico do P. Luiz Cardoso - 1747.
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Alenquer estância termal...! Todavia, ainda conheci no sítio das Águas, naquele pequenino vale abaixo da "Lapa dos Morcego", o edifício, já em ruínas, dos Banhos Velhos (Séc. XIX), cujas águas, dizia o Povo, saravam qualquer mal da pele.

20 novembro, 2013

ALENQUER X 8


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MINHA TERRA É LINDA!
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Na Estremadura Litoral, a 40 quilómetros de Lisboa para quem circula pela A1, para o Norte, Alenquer, desculpem-me o orgulho, é uma das mais lindas vilas que Portugal tem. Quando estamos a pouco mais do que um mês do Natal, lembramos a todos os que visitam esta página, que a "Vila Presépio", assim chamada pelo seu monumental Presépio inserido na paisagem, merece uma visita.
Mas não só. Se hoje trazemos aqui Alenquer, "de Cima a Baixo" (título de um espectáculo que por cá se fez, da autoria do saudoso Manuel Gírio), é, também, porque está página se apresta a comemorar o seu 5º aniversário. Cinco anos ao longo dos quais, Alenquer e a sua História foram o tema principal. Fiquem pois com estas imagens de uma Vila que, como nenhuma outra - no dizer do historiador José Hermano Saraiva - esteve no coração de Camões.
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Panorâmica de Alenquer, a "Jerusalém do Ocidente", a "A Vila Meandro", a "Vila Presépio"...
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A "Vila Alta" com as suas ruelas que levam a S. Francisco, primeira casa dos Franciscanos em Portugal (fará em breve 800 anos). Mas também S. Pedro e a capela-túmulo de Damião de Góis e os monumentais Paços do Concelho. Mesmo em frente umas das mais lindas vistas sobre a vila e a esplanada do "Chapéu Alto" dos bons petiscos e ainda melhores vinhos.
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O alto do Castelo e o Bairro da Judiaria inclinando-se sobre o Areal, que já foi importante bairro operário. Visite o "Celeiro Real", hoje Portal da Rota do Vinho da Região de Lisboa. Mesmo ao lado a "Tasca do Areal", do Pedro Moreira, outro jovem empresário a apostar na boa gastronomia e nos vinhos de excelência.
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Passeie junto ao rio, descobrindo nas suas águas límpidas os enormes barbos e os coloridos patos reais. Para uma boa refeição tem o "1º de Janeiro", junto ao Sporting (logo verá o Zé a grelhar o seu peixe de grande qualidade). Mas não só, mais abaixo, junto à Biblioteca encontrará a Casa "Bichezas" também ela de bons grelhados.
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Alenquer espera por si!

02 novembro, 2013

FEZ HÁ DIAS 40 ANOS...

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AS "ELEIÇÕES" LEGISLATIVAS DE 1973 EM ALENQUER
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As eleições legislativas de 1973 constituíram a última farsa eleitoral do regime caído no 25 de 1974, portanto, na vigência da Constituição de 1933. A vencedora, sem surpresas, foi a Acção Nacional Popular que elegeu os 150 deputados com, imagine-se 100% dos votos dos 1.393.294 eleitores inscritos. Isso mesmo, sem um voto nulo ou branco! A CDE, "Comissão Democrática Eleitoral", que reunia a generalidade de opositores aos regime, acabaria por desistir de ir às urnas (já depois de ter feito a sua campanha, não eleitoral, mas de esclarecimento e agitação popular), por considerar que não existiam condições para a realização de eleições livres.
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- Uma "relíquia" desses dias, o meu pin.

Antes de entrar propriamente no assunto, direi que há em Alenquer uma história que está por fazer, a da luta contra a Ditadura. E é pena que assim seja, pois muitos dos principais actores dessa luta difícil, em que para fazer política era preciso uma grande dose de coragem, já desapareceram, pelo que o tempo começa a ser curto para recolher, oralmente, testemunhos importantes. O que escreverei de seguida é, simplesmente, uma evocação (não tem a pretensão de ser "história") a partir do que então me foi dado viver e que me ficou na memória.
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- Edifício da antiga fábrica da Romeira, então propriedade de Adriano Graça, onde decorreram as acções de esclarecimento da CDE.
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Em Alenquer, a campanha de esclarecimento para este acto eleitoral - que para os democratas nem sequer o chegou a ser - ficou marcada por três iniciativas, sendo elas dois comícios e pelo meio uma sessão/ debate, que decorreram num dos edifícios da fábrica da Romeira, então propriedade de Adriano Graça. Nesses actos, participaram alguns candidatos pelo Círculo de Lisboa cuja lista completa reunia os seguintes nomes:

- Alberto Arons de Carvalho
- António Simões de Abreu
- Carlos António de Carvalho
- Dulcínio Caiano Pereira
- Francisco Manuel da Costa Fernandes
- Maria Helena Augusto das Neves
- Herberto de Castro Goulart da Silva
- João Sequeira Branco
- José Joaquim Gonçalves André
- José Manuel Marques do Carmo Mendes Tengarrinha
- Maria Luísa Rodrigues Amorim
- Pedro Amadeu de Albuquerque Santos Coelho
- Vítor Manuel Caetano Dias
- José Maria Roque Lino (substituído pelo suplente Tavares da Cruz)
Suplentes
- Francisco José Cruz Pereira de Moura
- Luís Filipe Lindley Cintra
- Mário Augusto Sottomayor Leal Cardia
- Francisco Manuel Marcelo Curto
- Urbano Tavares Rodrigues
- Gilberto Lindim Ramos
- Francisco de Almeida Salgado Zenha
Fernando Abranches Ferrão
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- Um dos cartazes que não chegou a vir para a rua pois o regime ameaçou aumentar a repressão se ele viesse. Autores dos textos foram José Carlos Ary dos Santos e Ruben de Carvalho.
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- Recorte do "Ecos de Alenquer" jornal local opositor ao regime.
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A primeira sessão/comício teve lugar na Romeira e foi presidida pelo democrata local Manuel António de Matos, tendo sido oradores Manuel Fernandes (de Torres Vedras e então estudante no Técnico, estabelecimento universitário onde a luta contra o regime terá sido das mais acesas), Helena Neves, Arons de Carvalho e José Manuel Tengarrinha.
Com a enorme sala a "rebentar pelas costuras", estimou-se uma assistência de cerca de 400 pessoas. No exterior, o aparato policial era enorme, com a polícia de choque de capacete e espingarda Mauser em punho, fazendo-se transportar em jeeps que nós chamávamos de "rabo comprido". Dirigia-me eu para o local na companhia do meu sogro, quando na ponte de Santa Catarina passou por nós o impressionante comboio policial, o que mereceu dele o sereno comentário: «Parece que hoje vamos ter festa»...
Abriu a sessão Manuel António de Matos afirmando: Estas sessões devem ser mais para aqueles que não vêm do que para quem aqui está. Muitos não aparecem porque ainda existe medo neste país. Manuel Fernandes seria o primeiro orador a usar da palavra, lendo primeiro uma comunicação relativa ao Instituto Superior Técnico que se encontrava encerrado por ordem do seu Director. Citando o jornal "A República" que o "Ecos" transcreveu (1): «Entrando no seu discurso, após referir certas afirmações proferidas em conversas em família e de ter mencionado as lavagens ao cérebro diárias da Emissora Nacional e da R.T.P., o orador abordou todas as manobras de intimidação a que o povo e os candidatos têm estado sujeitos. Terminou com um incitamento pela Paz, pelo Socialismo.
Depois de Helena Santos e de Arons de Carvalho, chegou, enfim, a vez de José Manuel Tengarrinha se dirigir aos presentes, um momento muito ansiado e entusiasticamente aplaudido. Do seu discurso, aqui fica um período do que "A República" publicou: 
O governo tenta criar uma fachada de crescimento económico, mas apenas se trata de negócios do tipo especulativo, afirmou. Por outro lado, o governo tenta perseguir especuladores, apresentando tudo como casos isolados, quando o mal é a estrutura, o regime. Porém, num país subdesenvolvido como o nosso, os lucros dos grandes capitalistas estão ao nível internacional, tudo isso porque têm a colaboração do governo. 
Sempre aclamado pela assistência, o orador falou da perda de ilusões do regime. Basta comparar as listas da ANP agora e em 1969, salientou. Hoje a estrutura do regime está limitada aos seus fiéis e influentes adeptos salazaristas. O regime é cada vez mais vulnerável à discussão. Por isso prefere o monolitismo das listas que apresenta.
Entrando na parte fundamental do seu discurso, o candidato referiu a problemática da guerra». 
A "guerra" (colonial) era matéria tabu e também "deixa" para a Assembleia, principalmente os jovens, levantarem-se e, de punho erguido, gritarem a palavra de ordem «Abaixo a guerra colonial». Assim aconteceu. Geralmente este passo era mal sucedido (por isso ficava para o fim das sessões...), pois a polícia de choque, sempre presente, logo dava por terminado o comício (2). Mas em Alenquer isso não aconteceu. O oficial comandante da força policial ainda esboçou um gesto no sentido de desligar o som, mas foi travado nesse intento pelo nosso Presidente da Câmara, João Mário Oliveira, ali presente, que manteve em sossego os diligentes policiais, pelo que a sessão decorreu até ao fim, mesmo com as tais palavras de ordem proibidas. 
«Sempre aclamado pela assistência, o orador falou da perda de ilusões do regime. Basta comparar as listas da ANP agora e em 1969, salientou. Hoje a estrutura do regime está limitada aos seus fiéis e influentes adeptos salazaristas. O regime é cada vez mais vulnerável à discussão. Por isso prefere o monolitismo das listas que apresenta.
Após prolongados gritos colectivos de vitória e CDE a sessão terminou com o Hino Nacional».
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A campanha em Alenquer ainda teve uma segunda sessão e entre elas um programado debate. Nesse dia era elevado o número de pessoas que esperavam na rua fronteira (com a porta vedada pela polícia armada) pelos oradores que viriam de Lisboa mas nunca chegaram a Alenquer, simplesmente porque haviam sido presos pela polícia política (lembro-me de Blasco Hugo Fernandes como um dos que estava previsto vir a Alenquer). Quando isto se soube, os policiais destacados, foram envolvidos pela pequena multidão que forçou a entrada na sala e repartindo-se pelo primeiro andar e pelo rés-do-chão, onde, respectivamente, Teófilo Carvalho de Santos e Manuel António de Matos, assumiram a direcção das reuniões. Desse acontecimento recordo, particularmente, a forma entusiástica como Manuel António de Matos abriu a sessão, gritando: «Amigos, o medo morreu!» A sala levantou-se em ovação e o medo morreu mesmo. Também foi assim que, em tempos de ditadura, se conquistou o direito à reunião, hoje uma coisa tão comezinha...

(1) - Há uma pequenina história por detrás desta transcrição do "A República": Foi-me pedido em reunião de redacção que fizesse a reportagem, uma vez que lá estaria. Só que eu andava «complexado» com a Censura, achava que tinha sido tomado de ponta e que ela me cortava tudo. Não era uma questão de medo, mas aquilo era uma despesa para o nosso bom e saudoso amigo Ricardo, o dono do jornal, sendo também um desperdício de tempo e trabalho, todos aqueles "bacalhaus" (provas) traçados a azul... Vai daí lembrei-me de um expediente: escrevi a introdução acima e transcrevi o resto do "A República", porque aí já eles não iam cortar (pensava eu...), uma vez que o texto já havia passado por lá...  Errado. Então não é que cortaram mesmo!? Houve períodos que o "A República" publicou mas que a Censura já não deixou que fossem publicados no "Ecos de Alenquer". Grandes tempos aqueles. E ainda há quem tenha saudades...

(2) - Assim aconteceu, por exemplo, em Vila Franca de Xira, na sessão que decorreu no já desaparecido Cine-Teatro (no local hoje ocupado pelo Centro Comercial) onde estive na companhia de alguns antigos companheiros de trabalho nessa cidade. Aí a repressão foi feroz, com a polícia actuando às ordens do então vice-presidente da Câmara, um senhor professor de má memória.

01 novembro, 2013

MARCOFILIA ALENQUERENSE

UMA MARCA DE SERVIÇO DOS ANOS 50
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Em 1944 os carimbos de serviço dos CTT passaram a exibir o esqueleto que abaixo se apresenta com os dizeres CTT ao alto, o datador ao centro entre duas cruzinhas e o nome da estação em baixo. Em 1979, mantendo o mesmo esqueleto, o nome da estação passou a ser inscrito ao alto, CTT no meio círculo superior e em baixo o código postal.
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Daí ser interessante que, nos anos 50, a estação de Alenquer tenha tido ao seu serviço o carimbo exibido no postal: Os dois semicírculos abertos na base e, ao alto a sigla CTT aparentemente sem pontos.

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E do coleccionamento destas pequenas curiosidades se faz a "Marcofilia", neste caso, aquela que praticamos, especializada nas marcas postais de Alenquer. Como bónus, no verso, uma imagem da avenida Jaime Ferreira... sem carros. Tinha outra beleza, não tinha?
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12 outubro, 2013

DEAMBULAÇÕES ESTIVAIS - CONCLUSÃO

Céu cinzento e tristonho de um Outono a pedir chuva... Assim está o dia hoje, e, talvez por isso, aqui fica a minha despedida do Verão, um Verão quente mas de férias curtas, porque obrigações houve que se sobrepuseram ao lazer.
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MANTEIGAS - A SERRA E O RIO
- Vila de Manteigas, "encaixada" na cadeia montanhosa da Serra da Estrela.
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Manteigas é um pequeno concelho do Distrito da Guarda. O seu território de 125 Km2, acolhe 3.420 habitantes  dispersos por 4 freguesias: as urbanas de S. Pedro e Santa Maria e com cerca de 3.000, os restantes nas de Sameiro (343) e Vale de Amoreira (223).
Chega-se a Manteigas, a partir da A-23, tomando a Nacional 232, precisamente por Vale de Amoreira e Sameiro, passando, antes, junto a Belmonte e à praia fluvial de Valhelhas. O concelho de Manteigas confronta a noroeste com o de Gouveia (vila que fica do outro lado da Serra), a leste com o da Guarda, a sueste com o da Covilhã e a oeste com o de Seia.
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- Vista parcial de Manteigas. À esquerda o edifício dos Paços do Concelho.
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A partir de Manteigas pode-se subir à Serra alcançando as Penhas da Saúde, ou então desfrutar da magnífica paisagem do Vale Glaciar do Rio Zêzere.
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- O Vale Glaciar do Zêzere por detrás das curvas da Serra.
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Para banhos ou simples lazer, a Praia Fluvial de Relva, a meros cinco quilómetros de Manteigas, é o local indicado: bom relvado para estender a toalha, sombras acolhedoras, bom apoio de praia, ares saudáveis e um silêncio reconfortante para quem já se habituou ao barulho de fundo (de fundo porque já não damos por ele...) da cidade.
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- Junto à praia fluvial de Relva a maior pista sintética de ski da Europa.
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- Parque de lazer junto ao Rio Zêzere na Praia de Relva - Sameiro
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- Praia fluvial de Relva com as suas águas límpidas. Deu para bater umas braçadas...
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- Praia fluvial de Relva com o seu relvado tílias e cerejeiras bravas - Bar e instalações de apoio.
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- Mergulhar na praia fluvial de Relva é dar também um "mergulho" na natureza.
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As excelentes instalações do INATEL em Vila Ruiva, concelho de Fornos de Algodres (perto de Gouveia e de Linhares da Beira), constituem uma boa "base" para quem procura férias junto à grande Serra (boas instalações, excelente cozinha, serviço simpático, local aprazível e sossegado). Em Manteigas e em Linhares da Beira (aqui sem restaurante), também é possível encontrar unidades hoteleiras do INATEL de excelente qualidade. E há que ter em atenção as promoções que esta instituição pratica!
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- Instalações do INATEL em Vila Ruiva - Fornos de Algodres.

05 outubro, 2013

INVASÕES FRANCESAS

ALENQUER APÓS A RETIRADA DOS FRANCESES 
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- Massena em retirada (Gravura da Biblioteca Nacional).
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Recolhidas as tropas aliadas às Linhas de Torres, são estas alcançadas por Massena no dia 12 de Outubro de 1810. É então que este marechal fixa quartel-general em Alenquer, enquanto o seu oitavo corpo avançava quanto podia em direcção ao Sobral, o sexto alojava a 1.ª Divisão em Vila Nova da Rainha e a 2.ª em Ota, localidade onde o Marechal Ney que a comandava estabeleceu QG. A 3.ª, por sua vez, instalou-se no Moinho do Cubo, fixando-se o segundo corpo de exército à direita do Carregado.
Como refere Guilherme Henriques no seu "A Vila de Alenquer", «em fins de outubro aí esteve o Intendente Geral Lambert e talvez Alenquer tivesse sofrido menos «pelo facto de Massena ter aqui os seus doentes em tratamento enquanto não retirou para o norte (...)».
Mas, muito em breve Massena assumiria que as Linhas eram, de facto, intransponíveis, daí que tivesse retirado o seu exército para Santarém, Leiria e Rio Maior, saindo de Alenquer a 12 de Novembro. Com a saída dos franceses, avançaram e instalaram-se na nossa vila as tropas aliadas. Ainda segundo Henriques «No dia 15 daquele mês a Divisão Ligeira [seria a Leal Legião Lusitana?]  do exército defensor chegou a Alenquer, espiando os movimentos do inimigo, e tendo verificado que estes tinham por destino Santarém, a vila foi ocupada pela Quinta Brigada sob o comando do brigadeiro inglês Campbell.».
Feita esta introdução, apresentemos, pois o documento abaixo:
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- Ofício do Vigário da Vara de Alenquer a D. Miguel Pereira Forjaz (PT AHM-DIV- 1-14-169-09).

«Ilmº, Exmº, Sr. D. Miguel Pereira Forjaz

Achando-se já na vila de Alenquer e suas vizinhanças várias famílias (1)  insta o meu dever, e o Ex.mº e Rev.mª Patriarca eleito exige que eu passe àquela vila para restabelecer o culto público da nossa Religião e acudir com o Pasto Espiritual a estes Povos. E como a minha residência e a do meu cura e todas as Igrejas se acham servindo de Quartel às Tropas combinadas de que são chefes Campbell (2) e o Barão de Eber, pretendo que V. Ex.ª se digne rogar àqueles que removam os Quartéis das residências referidas e igualmente de uma das cinco igrejas que eu escolher como mais decente
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- Gravura oitocentista da Igreja da Várzea mostrando-a muito arruinada.

   para o Santo Ministério Pastoral e que as mesmas tropas não obstem ao exercício das funções ministeriais (...) .
Esta é a graça que suplico a V. Ex.ª por serviço de S.A.R. como protector da Igreja.
Vigário da Vara d'Alenquer - João Teixeira de Azevedo Monterroso.

Num segundo ofício o mesmo clérigo dá conhecimento a D. Miguel Pereira Forjaz que havia regressado a Alenquer e havia sido bem atendido pelos supra citados chefes militares.

(1) - Os franceses haviam saído de Alenquer a 12 de Novembro de 1810 e um mês depois já havia notícia que muitos alenquerenses haviam regressado à vila e às suas casas. Parece que houve mais assaltos e destruições, inclusive a edifícios administrativos e cartórios religiosos, neste período do que no anterior em que se deu a ocupação francesa.
(2) - O brigadeiro inglês Campbell que comandava a Quinta Brigada (Infantaria 6 e 18 e Caçadores).
(3) - Barão de Eber - No Buçaco comandou um Batalhão a 5 companhias da Leal Legião Portuguesa.

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- Soldado da Leal Legião Portuguesa
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A Leal Legião Lusitana foi criada em Inglaterra (Plymouth) por iniciativa de dois coronéis portugueses: José Maria de Moura e Carlos Frederico Lecor. O grosso desta formação, organizada como um Regimento a dois Batalhões reforçado com uma bateria de Artilharia, era um corpo de voluntários composto por exilados portugueses mas também por britânicos - o seu comandante foi o Coronel Sir Norbert Wilson - 26 suíços, 63 alemães e 15 piemonteses desertores das tropas napoleónicas.
A LLL, afinal Regimento de Infantaria Ligeira, desembarcou no Porto em 1808 e combateu em Portugal e Espanha, após o que se integrou no Exército Português (1811).
Uma vez que o Barão de Eber foi um dos seus comandantes e estando ele em Alenquer conforme o documento acima, é bem possível que a Leal Legião Lusitana também aqui tivesse estado, talvez integrada na tal Divisão Ligeira que veio no encalço  dos franceses quando estes retiraram. 
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- Igreja e Arcadas do Espírito Santo, como deviam ser à época.

02 outubro, 2013

DEAMBULAÇÕES ESTIVAIS - V

TRANCOSO - A TERRA DO SAPATEIRO QUE FAZIA PROFECIAS
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Trancoso pertence ao Distrito da Guarda e a ela se acede a partir da A-25 (um pouco antes de Celorico para quem vem da Guarda) pelo IP 2, ou, então, a partir de Celorico da Beira pela EN 102 (nunca a partir de Fornos de Algodres por Sobral Pichorro, porque as voltas da serra são muitas...). Trancoso alcançou a dignidade de cidade em 2004, mas é cidade pequena, com cerca de 3.000  habitantes. O Concelho tem uma área de 364 Km2 onde habitam cerca de 6.500 habitantes (com uma forte emigração, os números são sempre relativos...) em 29 Freguesias, isto antes da recente reforma administrativa. Hoje fala-se em 9.878 habitantes em 1960 eram 18.224...
Concelhos limítrofes, são Penedono a Norte, Celorico da Beira a Sul, Sernancelhe a noroeste, Fornos de Algodres a Sudoeste, Meda a Nordeste, Aguiar da Beira a Oeste e Pinhel a Leste. É uma zona planáltica, com uma altitude média de 750 metros, as cotas mais elevadas, 985 metros, situam-se nas freguesias de Sebadelhe da Serra e Guilheiro, e 890 metros em Terrenho, Moreira do Rei e Guilheiro. Terras arejadas portanto, mas quentes no Verão e frias no Inverno.
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- Uma das entradas de Trancoso, ao fundo uma das portas do Castelo, em primeiro plano, no exterior da vila, monumento evocativo das bodas de D. Dinis com Isabel de Aragão
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- Edifício dos Paços do Concelho, com a estátua de Gonçalo Anes Bandarra em primeiro plano.
Bandarra, sapateiro-poeta, que nas suas Trovas "exalta a imaginação sebastianista do povo português. Estas "Trovas" tiveram a sua primeira publicação em 1540.
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- Pelourinho de Trancoso, bem no centro de Trancoso. Um pelourinho dito de "gaiola" no estilo manuelino.
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- Uma perspectiva do Castelo de Trancoso.
O castelo de Trancoso será anterior á própria nacionalidade. Por ali terão andado, também os mouros, mas D. Afonso Henriques conquistou-o em 1160. Depois conheceu melhoramentos com D. Afonso II (que confirmou a Carta de Foral doada pelo Conquistador) e também com D. Dinis.
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- Aspecto da Judiaria
- Tendo tido importante presença judaica, são muitos os sinais que a mesma deixou gravados nas velhas pedras das suas casas.
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- Casa que foi Quartel-General de Beresford, quando da Guerra Peninsular.
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- Rua da Corredoura, uma das principais.
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Uma nota final para aqui evocar duas coisas que me chamaram a atenção em Trancoso, uma terra bem cuidada. Primeiro os seus bonitos candeeiros que talvez sirvam de inspiração para uma iniciativa local (com as devidas adaptações, claro, no que toca aos motivos recortados na chapa):
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Por último, a excelente Casa da Prisca, na Rua da Corredoura, onde encontrará produtos regionais de excelência: Enchidos, presuntos, queijos regionais, compotas, geleias, e... as famosas "sardinhas" emblemático (e saboroso) doce local. Como diz o folheto «tem forma de peixe, tem nome de peixe, mas não sabe a pescado. Sugere o mar, mas de salgado não tem nada, nem tem pescado como ingrediente. São as sardinhas doces, a pastelaria conventual de Trancoso». Gostava de lá voltar...

30 setembro, 2013

ELEIÇÕES AUTÁRQUICAS 2013

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O Partido Socialista venceu as últimas eleições autárquicas no concelho de Alenquer recuperando a maioria absoluta:

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Foram eleitos (segundos os Partidos ou Coligações):

Câmara Municipal

- Pedro Folgado (PS) - Professor
- Rui Costa (PS) - Professor
- Dora Pereira (PS) - Arquitecta
- Paulo Franco (PS) - Técnico de Estatística
- Nuno Coelho (CPNT) - Arquitecto
- José Augusto Nuno (CPNT) - Gestor
- Carlos Areal (CDU) - Bancário

Assembleia Municipal

- José Henrique Leitão Lourenço (PS)
- Nuno Inácio (PS)
- Maria João Graça (PS)
- Carlos Bernardo dos Santos (PS)
- Carlos Pereira Granadas (PS)
- Filipa Costa Santos (PS)
- João Maçarico Nicolau (PS)
- Samuel Matos Ferreira (PS)
- Sónia André Félix (PS)
- Fernando Pinto da Silva (PS)
- Helena Nogueira Santo (CPNT)
- Rui Neto (CPNT)
- Luís Barros Mendes (CPNT)
- Ana Neves (CPNT)
- Nuno Lourenço (CPNT)
- Susana Severino (CPNT)
- José Catarino (CDU)
- Vladimiro Matos (CDU)
- Mariana Raposo Fernandes (CDU)
- Gonçalo Roque (CDU)
- José Machado (BE)

Freguesias

CARNOTA - Nuno Granja (PS)
MECA - Benjamim Ferreira (PS)
OLHALVO - Jacinto Agostinho (Independente)
OTA - Diogo Carvalho (PS)
VENTOSA - Liseta Almeida (PS)
V. V. DOS FRANCOS - Mário Isidoro (PS)
ABRIGADA/ CABANAS TORRES - António Pires (PS)
ALDEIA GALEGA / ALDEIA GAVINHA - Fernando Franco (PS)
CARREGADO /CADAFAIS - José Manuel Mendes (CPNT)
RIBAFRIA /PEREIRO - Jorge Pereira (PS)
ALENQUER - Paulo Matias Assunção (PS)

27 setembro, 2013

ECOS DA "PATULEIA" EM TERRAS DE ALENQUER


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O TEMÍVEL CAP. LAURET E A SUA TROUPE
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Neste documento acima reproduzido, um ofício do Ministério do Reino ao Administrador do concelho de Alenquer, datado de 9 de Fevereiro de 1848, exige-se a bem da «(...) segurança pública do mesmo Concelho [que] sejam dali removidos [entenda-se, expulsos] o Major Cabral e o Capitão Lauret». 
Não sei quem tenha sido o Major Cabral, mas, acerca do Capitão Lauret, havia já lido uma crónica no "O Alemquerense" assinada por "Um Velho", cronista de boa escrita e muito espírito que, como facilmente se depreende das suas publicações que tiveram lugar nesse jornal a partir do n.º 192 de 15 de Novembro de 1891, seria, efectivamente, um senhor de provecta idade, pois havia vivido todos esses tempos agitados que se seguiram à revolução liberal de 1820.
Não sabemos se o Capitão Lauret foi, ou não, expulso do concelho de Alenquer, como se exigia ao Administrador, mas lendo a crónica abaixo ficamos a saber um pouco mais acerca dessa interessante figura que agitou a vila de Alenquer (e não só!) em meados do século XIX.
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- Castigo a um popular ao tempo da "Patuleia"
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O capitão Lauret

«Em Maio de 1846 organizou-se nesta vila uma força popular de cento e tantos homens que proclamou o governo provisório da Junta do Porto, contra o detestado governo dos Cabrais.
Esta força dirigiu-se a Santarém, apresentando-se à Junta governativa ali estabelecida, composta, além de outros, de Passos Manuel, Lobo d’Ávila, e dr. Quelhas, a qual encarregou do comando dela o capitão Lauret, encarregando o sr. Venâncio Carmo do pagamento do seu pré ou sustento e nomeando administrador do concelho o farmacêutico Domingos Afonso, pai do oficial da administração e curioso passarinheiro, sr. João Afonso.
Chamava o capitão Lauret a esta força minha troupe. Regressando a esta vila o sr. Venâncio incumbiu à gorda padeira Maria Paula o fornecimento do pão para a troupe.
Conduziu o capitão Lauret a troupe do seu comando a Torres Vedras, Lourinhã, Peniche, Óbidos e outros sítios, fazendo proclamar o governo da referida Junta do Porto.
Havia nesta troupe um coisa com uma corneta que, não sabendo tocar, buzinava sempre que entrava na vila. Ouvida a bulha da corneta corriam uns a tocar o sino da câmara, outros os sinos das igrejas, em sinal de satisfação pela chegada da marcial e aguerrida troupe, distinguindo-se o sineiro da igreja de Triana, porque o bom do ver. Prior Matias, que era considerado como afecto ao governo de Costa Cabral, recomendava ao sacristão que tocasse muito para que o não arguíssem de desafeição.
Que cólicas teve por aquele tempo o ver. Prior Matias! Não lhe era muito afeiçoado o administrador Domingos Afonso, mas o ver. Prior, para captar a sua estima, presenteou-o com um bom carneiro e um cântaro de azeite. É isto sabido pelo cirurgião Ramos que o faz público pelos jornais e, Domingos Afonso, tem a ingenuidade de mandar o presente para a Irmandade da Misericórdia o fazer vender em praça e arrecadar o produto na tesouraria, o que consta do livro de actas daquele tempo!
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Caiu o ministério cabralino que foi substituído pelo presidido por o Duque de Loulé que, em seguida, mandou dissolver as forças populares, o que foi comunicado ao capitão Lauret e recomendado ao sr. Venâncio a suspensão de qualquer abono, o qual por sua vez avisou a padeira Maria Paula para não continuar o fornecimento do pão.
O capitão Lauret, olvidando aquela comunicação, mandou dois janízeros da sua troupe pedir pão à Maria Paula; esta recusa a remessa. O capitão Lauret manda sair da forma em que estavam, debaixo do telheiro que havia na praça, outros dois janízeros e diz:
- Vá você fuzilar já Maria Paula.
E eles lá vão para cumprir a ordem, mas quando chegam à esquina do muro, ao fim da praça, diz o capitão Lauret:
- Oh não, vem cá, não fuzila vossemecê Maria Paula.
E assim escapou a gorda Maria Paula duma morte certa, dissolvendo-se a força popular por falta de pão, sem que o incidente se tornasse desagradável.
O capitão Lauret teve a sua residência no lugar da Espiçandeira onde nasceu seu filho, o bem conhecido professor de ginástica e esgrima sr. Paulo Lauret, e tinha diferentes criados ao seu serviço, mas logo que os ajustava dizia-lhes:
- Tu, em eu chamando por João, vem logo. E assim procedia com todos os demais que assoldava, quer se chamassem Manuel, Pedro ou Joaquim.
Perguntando pela razão desta singularidade respondeu:
- Eu quer que todos seja João, porque se eu chama por Manuel, Pedro ou Joaquim e não está o que eu chama, outro não responde; e assim chama por João, vem todos e eu é servido.».
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20 setembro, 2013

A REVOLTA DA PATULEIA

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UMA BASE DE GUERRILHA NO TERMO DA VILA DE ALENQUER
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- Arquivo Histórico Militar (PT AHM/DIV/1/27/08/393)

Corpo Franco de Cavalaria

Exm.º Senhor Barão de Ponte da Barca
Ministro e Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros

Tendo-me sido indicada a Quinta da Barradinha, no termo de Alenquer como guarida da guerrilha que assola estes concelhos, dirigi-me para ali ontem: Porém querendo entrar na dita Quinta, vi hasteada em um ângulo da casa a bandeira Francesa quando a Quinta pertence ao guerrilheiro Adriano Pereira do Carmo.
Diga-me V. Ex.ª o que devo fazer porque desta sorte inúteis são os esforços das tropas fiéis quando os assoladores do País têm guarida certa à sombra de bandeiras e fantásticos privilégios Estrangeiros.
                                Deus Guarde a V. Ex.ª
             Quartel em Vila Franca 29 de Maio de 1847
                Diogo Pires Monteiro Bandeira - Coronel

- À margem o seguinte despacho:

Quando tiver a certeza de estarem ali os guerrilheiros deve atacar.

Para conhecimento ao Ministério dos Negócios Estrangeiros
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Por morte de seu pai Bento Pereira do Carmo em 1845, Adriano Pereira do Carmo, casado com D. Lourença de Assis Pereira do Carmo, tornar-se-ia proprietário das Quintas da Barradinha (Guizanderia) e da Provença, do mesmo modo que seu irmão Alfredo Pereira do Carmo, casado com D. Maria José Conceição Marques Pereira do Carmo se tornou dono das Quintas da Almadia e Casal do Galo de Ouro.
Seu pai foi um ilustre político do Liberalismo, e, pelos vistos, os seus filhos seguiram-no nos ideais mais avançados da época, tomando o partido dos Setembristas mais radicais. Mas, antes disso, estudaram ambos em Coimbra (onde seu pai também se tornou Bacharel em Leis) e sobre esses tempos da sua juventude encontrámos no O Alemquerense (n.º 272 de 1893) a seguinte referência:
«[Alfredo] foi estudar para a Universidade de Coimbra aos 15 anos tendo nesse tempo por condiscípulos o irmão Adriano Pereira do Carmo, Gonçalo de Sousa Lobo, José Lobo e muitos outros que pelas suas leviandades se tornaram o terror de Coimbra, sendo expulsos da Universidade e riscados em 3 de Julho de 1839 mas readmitidos depois por empenhos».
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- Conselheiro Bento Pereira do Carmo, pai de Adriano Pereira do Carmo e de Alfredo Pereira do Carmo.
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De jovens turbulentos passariam a políticos radicais. Alfredo assentou praça em Cavalaria e quando do pronunciamento "Setembrista" (esta corrente política opunha-se à Carta Constitucional, logo aos "Cartistas", e queriam uma Constituição feita pelos representantes eleitos do Povo) que eclodiu em Torres Novas e viria a ser secundado pela praça de Almeida, nele tomou parte já como alferes feito pela Junta Revolucionária. Quando Almeida capitulou Alfredo emigrou para França onde manteve até à "Maria da Fonte". Na sequência deste movimento foi amnistiado, e, tal como todos os revoltosos de Almeida manteve o posto e foi reintegrado. Assim, na sequência do movimento de 6 de Outubro de 1846 aí o temos como oficial "patuleia" às ordens da Junta Provisória do Supremo Governo do Reino (Porto), presidida pelo Conde das Antas com vice-presidência de José Passos. Nesse mesmo ano, em 6 de Outubro combate na célebre (e sangrenta) batalha de Torres Vedras onde os "cartistas" comandados por Saldanha derrotam os "patuleias" comandados pelo Conde de Bonfim. Nessa batalha esteve prestes a perder a vida, salva por um soldado do seu Regimento e amigo, Bértolo Ribeiro Seabra.
Assim, quando se dá o episódio descrito no documento acima, o guerrilheiro Adriano Pereira do Carmo tem o seu irmão Alfredo preso com os seus camaradas que haviam capitulado, a bordo da fragata "Diana" ancorada frente à Torre de Belém, onde esteve até Junho de 1847, data da Convenção de Gramido que pôs termo à Guerra Civil. Alfredo receberia de volta o posto de Alferes de Cavalaria (e seria longa e aventurosa a sua carreira militar) e colocado na inactividade. Adriano seria um viticultor como seu foi no final da vida.
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- Batalha de Torres Vedras (Gravura da Biblioteca Nacional).
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O documento acima revela-nos, ainda uma informação interessante: É ponto mais ou menos assente que após a Batalha de Torres Vedras, onde participaram pelos "patuleias" corpos de guerrilheiros, esses movimentos haviam desaparecido. Todavia, em Alenquer, persistiriam por mais algum tempo.