24 abril, 2014

1974 - 2014 40 ANOS DE LIBERDADE



Já não se trata de festejar Abril. A contragosto de alguns, os mais poderosos, Abril cumpriu-se. Do que se trata agora é de afirmar, como cidadãos, que exigimos ser respeitados, de lembrar aos que governam que o devem fazer a pensar em nós, nunca neles, muito menos nos que lá fora nos impõem uma "solidariedade" paga a peso de ouro. Para isso, este é um bom dia, porque nos recorda, nas palavras de Sofia,

O dia inicial inteiro e limpo
onde emergimos da noite e do silêncio
e livres habitamos a substância do tempo

A todos desejo um bom 25 de de Abril. Um dia da Liberdade alegre e de luta, porque não desistimos do amanhã que nos pertence!

16 abril, 2014

A ALENQUER DOS ANOS 60



A PROPÓSITO DE UMA ENTREVISTA COM ALDO PAVIANI...


A revista "Finisterra", editada pelo Centro de Estudos Geográficos, no seu .º 5 dado à estampa em 1968, trouxe um trabalho assinado por um geógrafo brasileiro, Aldo Paviani, intitulado "Alenquer, aspectos geográficos de uma vila portuguesa".
Sobre Aldo Paviani nada vos direi, ou melhor aconselho-vos que na minha lista de blogues (ao lado) procurem aquele que se intitula "Plano de Reordenamento da Baixa de Alenquer", abram-no e lá encontrarão tudo sobre ele numa oportuna e excelente entrevista que lhe fez o meu jovem amigo Frederico Rogeiro, que tão bem nos anda a ensinar como "olhar" para esta nossa linda vila tão necessitada de carinho.
Só que essa sua entrevista (bem lembrada!), levou-me de volta aos anos 60 da minha juventude e da Alenquer de então, pois como lhe escrevi, o trabalho de Paviani dá-nos conta da Alenquer que o tempo e a mão do homem moldaram, mas, principalmente da Alenquer que ele conheceu em 1967, a Alenquer que havia sofrido as terríveis cheias de Novembro desse mesmo ano. Imprescindível, pois, ler a entrevista do Frederico Rogeiro, a qual, em parte, irá ser publicada no "Nova Verdade", mas que está reproduzida na íntegra no seu blogue aqui citado.


Olhando estes postais de então, certamente diremos: «Não está muito diferente, nos dias de hoje...». Eu direi: «Não sei se está melhor...». Mas há diferenças. Olhem, não há tanta construção e se repararem com atenção, notarão algumas dessas diferenças. Por exemplo, acima, no canto inferior direito, quantos ainda se lembram dos armazéns da FNPT (Federação Nacional de Produtores de Trigo? Havia quem dissesse: "F.... não posso trabalhar", os malcriados, já se vê...). Fizeram-se lá festas e bailes. E a seguir ao mercado: a casa da palmeira onde moraram os meus amigos Alfredo e Luís Ferraz, Reparem ainda na Chemina a laborar e mais adiante o Parque Vaz Monteiro recém-modernizado pelo presidente João Mário. Na Vila Alta, notarão a falta de muitas construções.


Neste outro postal, vê-se ainda melhor o Parque Vaz Monteiro e a Chemina, enquanto à direita as escolas ainda não tinham nascido. Mas, o que é óbvio, é a falta de carros nas avenidas e largos. Sobre a colina, ao fundo, ainda não tinha irrompido na paisagem aquela "jabardice" do Brandão que deveria ser implodida. Ao lado esquerdo, olhando, lá está a velha estância do Correia que haveria de dar lugar ao edifício da CGD e do outro lado da rua Triana, a fábrica/oficina de móveis do Adriano Graça que desapareceu para dar lugar ao novo edifício que ocupa todo aquele espaço. Ao início da Rua dos Guerras nota-se que o prédio do João Mário ainda não havia sido construído.
Meus amigos, esta é uma Alenquer a preto e branco, bonita sem dúvida, mas a preto e branco. Todavia acredito e peço-vos que acreditem também, que haveremos de ter a Alenquer colorida com que sonhamos. Porque quem acredita sempre alcança!