10 abril, 2013

ESTE PAÍS NÃO MUDA...

AVENTURAS E DESVENTURAS DE UM ALENQUERENSE NAS TEIAS DA BUROCRACIA
ESCREVO PARA DESABAFAR...
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Já sei, chega Abril e tenho este calvário... A minha idosa mãe, há alguns anos internada no Lar da Misericórdia, como pensionista (pequenina...) é apoiada pela ADSE com um subsídio que minimiza as despesas de internamento. Tem 86 anos, nunca teve emprego nem bens (coisa que as Finanças estão fartas de saber), mas todos os anos, com a Primavera, tenho que apresentar uma Declaração das Finanças (nula) quanto aos rendimentos de trabalho e a bens (sempre do mesmo teor, já se vê, pois aos 86 anos e internada numa IPSS não se arranja trabalho, nem se herdam bens), mas tudo bem, teoricamente até poderia herdar de um filho falecido sem descendentes... Mas, mais: uma declaração da Segurança Social em como não tem dívidas a esta. Surrealismo puro. Mas tudo bem, mais uma vez...
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Assim, acordei hoje mentalizado para percorrer esta «via-sacra». Comecei pelas Finanças e comecei bem. Depois de uma hora de espera, aproximo-me do guichet, para ouvir a solicita funcionária pedir-me desculpa porque não conseguia entrar no sistema (entidade cibernética anónima que dispõe do nosso tempo a seu belo prazer): - Então e o que é que a senhora me sugere? Perguntei eu já conhecedor da resposta. «Que volte outro dia. Tenho muita pena...». Touché!
Depois de almoço vou para a Segurança Social. Quem sabe, poderei ter melhor sorte... As instalações da Segurança Social em Alenquer são um modelo de inadequação aos serviços que presta. Instalada num apartamento construído para habitação, tira-se uma senha e aguarda-se vez em três «salas de espera»: a rua, a varanda e as escadas! Mas, um pouco mais além, na Av.ª Jaime Ferreira, o "Instituto do Emprego e Formação Profissional" sob a alçada da mesma tutela (desculpem-me se errei, mas penso que não), tem um enorme e moderno edifício mais que sub-aproveitado, pois os desempregados alenquerenses foram mandados à procura de emprego para Torres Vedras. Porém, esses mesmos desempregados têm que fazer as suas apresentações periódicas no tal "3 assoalhadas" do Largo Espírito Santo. Diria eu, desempregados e f....!
Bem, estou reformado e tenho tempo para sofrer estes tratos de polé nos palácios da nossa burocracia. Mas, e quem está empregado, como resolve esta luta com os sistemas informáticos caprichosos e as repartições apinhadas de desempregados? Haja paciência e xanax...