Quando por vezes desfolhamos esta ou aquela revista antiga, à procura de algo que nos possa interessar para um trabalho em curso, tropeçamos em artigos ou notícias curiosas que nos desviam a atenção e que por vezes até nos levam a tomar nota delas.
Vejam estas. Em tempos anteriores aos da descoberta da penicilina, quando uma simples ferida não convenientemente desinfectada poderia conduzir à morte, a Revista Universal Lisbonense que se publicou na capital, nos finais do séc. XIX, aconselhava todas as mães previdentes a terem sempre à mão este preparado para com ele desinfectarem as feridas que as suas crianças, no excesso da brincadeira, viessem a fazer. É muito simples e pelos vistos com ela obtinham-se resultados infalíveis:
- Num frasco cheio de bom bagaço, colocar em infusão rebentos tenros de Carvalho.
Ou esta outra para as queimaduras:
- Misturar bem 4 colheres de sopa cheias de bom mel com igual quantidade de massa obtida de batata crua. Colocar num frasco rolhado e ter sempre à mão.
Tratemos agora da alma, aquecendo-a convenientemente nestes dias frios de Inverno. E que tal um bom licor de laranja? A receita caseira aqui fica depois de a termos recolhido do Almanach da Folha de Torres Vedras de 1906":
- Ingredientes:
. Cascas de Laranjas frescas...500g.
. Cascas de Limão.....................100g.
. Canela ......................................40g.
. Pimenta ....................................30g.
. Alcool a 95º .............................4Litros
. Açúcar ......................................4Kg.
Faz-se a maceração da mistura no alcool adicionando 2 Litros de água, no fim de 8 dias faz-se um xarope com o açúcar e outros 2 litros de água. Depois filtra-se tudo (cerca de 15 litros) e engarrafa-se.
Por último uma receita bem mais recente e muito na moda, a Queimada Galega:
-Num recepiente de preferência de barro ( tacho ou alguidar) deita-se: aguardente ( não demasiado forte, diz a minha experiência ) limão com casca e bem cortadinho, alguns grãos de café e açúcar q.b.. Depois é só largar largar fogo, ir provando até estar ao nosso gosto ( mais ou menos forte, porque o alcool vai sempre ardendo ).
Aqui falou-se de limão, mas também podem ser maçãs, ananás, etc. até já vi com cascas de bananas!
À nossa saúde! Hip! Hip!
