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Ao percorrer o jardim das Tulherias a caminho do Louvre numa tarde soalheira de princípio de Primavera, três coisas me impressionaram: Uma, pela negativa, a relativa pequenêz da emblemática pirâmida de vidro.
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Outra, a forma como os parisienses ( e outros visitantes ) aproveitavam o sol que generosamente envolvia Paris, esparrramando-se descontraidamente pelos relvados envolventes do emblemático museu.
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Uma terceira, aquela enorme aranha que parecia saída de um filme de ficção e que contrastava com outras esculturas ao gosto clássico.
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Enquanto ia batendo as fotografias que agora aqui vos deixo ia pensando para comigo quem seria o ou a autora de tão monumental escultura... por isso, logo que tive oportunidade procurei sabê-lo, vindo a descobrir que era uma senhora e se chamava Louise Bourgeois.
Lembrei-me disto ao ler a notícia do seu recente falecimento (31 de Maio) em Nova Iorque, com a provecta idade de 98 anos que a não impedia de continuar de produzir arte. Nasceu em Paris em 1911, mas deixaria esta cidade quando da segunda Grande Guerra, radicando-se, em definitivo, nos Estados Unidos.
Dela se diz que «era uma referência na escultura em vários materiais: madeira, aço, pedra ou borracha» sendo os temas preferidos os «da sexualidade, agressividade e o foco no corpo humano e nas questões da protecção» onde encaixam as suas enormes aranhas que deixou um pouco por esse mundo fora, em Paris também. Também se diz que estas suas obras que na maior parte dos casos contrastavam enormemente com o seu pouco mais que metro e meio de altura, dificilmente se enquandram em qualquer escola, embora no caso das «aranhas» a meu ver, que percebo pouco de arte, sejam nítidos os traços surrealistas.