23 janeiro, 2011

CAVACO SILVA REELEITO PRESIDENTE DA REPÚBLICA

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Fotografia oficial do Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva
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AO MENOS, QUE DESÇAM AS TAXAS DE JURO...
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Para que a tradição se não perca (somos um Povo muito tradicionalista...), o candidato Aníbal Cavaco Silva fez-se reeleger Presidente da República. Enquanto primeira figura do regime que defendemos e queremos, para ele vai todo o nosso respeito. De igual modo o felicitamos pelo sucesso alcançado, embora sem alegria, pois o candidato que defendemos foi Manuel Alegre.
A quente, que primeira leitura se poderá fazer a partir dos resultados destas eleições, quando estão contados 99,63% dos votos? Primeiro, a de que Cavaco Silva foi eleito com menos meio milhão de votos do que em 2006, embora percentualmente tivesse subido para 52,94% dos votos contados. Derrotados foram, de facto, todos os outros candidatos: Manuel Alegre que viu fugir-lhe cerca de 300.000 votos, Fernando Nobre que, ao situar-se em terceiro, colheu menos 180.000 que o terceiro de 2006, Mário Soares (embora aqui, tratando-se de uma estreia, se possa fazer uma outra leitura) e Francisco Lopes, o candidato do PCP, que ficou a 160.000 votos de Jerónimo de Sousa (se era um balão de ensaio para a substituição do Secretário-Geral, então...).
Ainda umas linhas para os dois candidatos que, de facto, não contavam: José Coelho, o chamado (não por mim) Tiririca da Madeira surpreendeu com uns espectaculares 4,23% (quase 200.000 votos!) obtendo na sua ilha o segundo lugar com 39% dos votos dos madeirenses e Defensor de Moura, que corria só ele saberá para que objectivo, uns residuais 1,57%.
Talvez mais importante do que tudo isto, seja o facto de cerca de 200.000 eleitores (4,26%) terem ido votar em Branco, afirmado, assim, que não se identificavam com nenhum dos candidatos. Mesmo não tendo presentes todos os resultados das presidenciais, somos levados a arriscar que estamos perante números inéditos (1% em 2006). Se a isto juntarmos a insignificante percentagem de 46,63% de votantes, verificamos que estes resultados em nada dignificam a Democracia, embora não retirem qualquer parcela de legitimidade ao candidato eleito.
No concelho de Alenquer, o candidato Cavaco Silva voltou a ser o mais votado vencendo em todas as freguesias, embora descendo, em relação a 2006, de 7.322 votos para os agora recebidos 6.901, coisa que, aliás, aconteceu também com os seus opositores.
Manuel Alegre, o segundo em todas as freguesias, teve no concelho de Alenquer o seu segundo melhor resultado do distrito de Lisboa ao arrecadar 24,99% dos votos (o melhor foi no vizinho concelho de Azambuja com 26,69%), situando-se um pouco abaixo dos 26,25% colhidos em 2006. Fernando Nobre foi o terceiro, só tendo ficado abaixo de Francisco Lopes nas freguesias de Abrigada, Cabanas de Torres, Pereiro, Olhalvo e Meca.
Porque muito ficou por esclarecer, porque do mais importante que havia para falar, não se falou, aguardamos com muita curiosidade desenvolvimentos futuros. Nem que seja a descida da taxa de juros, a pagar por novos empréstimos que sustentem a dívida pública, o que já não era pouco...