07 abril, 2009

A COISA É ANTIGA...MAS TEM REMÉDIO!

A crise financeira mundial tem colocado muita coisa a descoberto, sendo uma delas a forma indecorosa como banqueiros e outros gestores, partem e repartem o bolo que têm entre mãos, ficando, é claro, com a parte"do leão". Os nossos políticos, esses vão olhando para o "bodo" com olhos de quem sabe que os próximos a comerem serão ( quem haveria de ser?) eles próprios.
E sabem o que mais me assusta quanto ao que se passa cá pelo "rectângulo"? É um certo cheiro a «espera-se que isto passe, para que tudo volte ao mesmo», pois não são tomadas medidas que nos levem a acreditar que as regras do jogo mudaram de uma vez por todas, que os verdadeiros culpados vão ter que apertar o cinto para que não sejam sempre os mesmos a fazê-lo ou que a justiça social prometida no já distante "Abril " não seja mais uma palavra vã.
Mas não pensem que a ganância dos administradores e outros que tais é de hoje! Ela tem, efectivamente, fortes raízes no passado. Senão, vejamos este exemplo:
Segundo o Relatório e Contas da Fábrica da Chemina respeitante ao ano de 1942, nesse ano foram pagos de salários, aos mais de cem operários, 68.467$80. Mas o Conselho de Administração, nesse mesmo ano embolsou 198.000$00(!) e o Conselho Fiscal, que reuniu uma vez, 9.600$.
Mas o "fartai vilanagem" não ficou por aqui, pois foram distríbuidos "Dividendos" no valor de 90.000$00. A quem? Bom, tratava-se de uma Sociedade Anónima, com o capital realizado de 1.500.000$00 muito disseminado, mas... só dois accionistas detinham, em partes iguais, 10.810 acções das 15.000 emitidas. Eram eles Manuel Alves Barreto e Manuel Alves Ceppas, sendo que, pelo menos este último era administrador.
Vejam bem meus amigos para quem andaram trabalhando os operários alenquerenses da Chemina, nesse já distante ano de 1942... Para uns senhores que, com toda a probalidade. eles nunca conheceram e estavam lá para cima, para o Porto.
Será que isto alguma vez vai mudar? Diz o Povo que a última a morrer é a Esperança...Espero que não se engane.