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A "tempestade do século" abateu-se sobre a linda ilha da Madeira levando vidas e fazendo incontáveis estragos. Nesta hora em que «ainda se conta os mortos» o nosso pensamento está lá, junto dos que lutam contra a adversidade.
Ao ver as imagens terríveis do quanto pode a Natureza em fúria, não posso deixar de pensar na minha última estadia nessa «pérola do Atlântico», particularmente no Museu da Electricidade ( numa zona muito atingida... ) onde tive o privilégio de assistir a um concerto dado pela Orquestra de Bandolins da Madeira. Noite agradável de Verão... Não muito longe dali, na Praça do Município, onde não cabia a «cabeça de um alfinete», Marisa dava um concerto. Mas no bonito e interessante Museu da Electricidade, uma audiência 90% jovem, esgotava por completo a enorme sala para ouvir os bandolins! Perante essa prova de amor pela cultura, saí de lá admirando ainda mais esse povo ilhéu, fortalecido na luta contra os elementos.
Na Madeira existe uma consciência muito esclarecida quanto ao que vale o Turismo para o arquipélago. Por isso, palavras sábias as do Presidente do seu Governo Regional, alertando para os perigos de uma demasiada dramatização ( ele, todos nós, conhecemos bem esses telejornais «pastilha elástica» mastigada por fartas audiências ), palavras essas que não deixaram de nos lembrar a insensatez de outras dramatizações que, ultimamente, têm vitimado o governo da República ( e a todos nós! ).
Com a ajuda dos portugueses e da Comunidade Europeia a que ( felizmente! ) pertencemos, a Madeira voltará a ser aquilo que era: um paraíso turístico de que todos nos orgulhamos, uma terra boa para viver. Resta inclinarmo-nos perante a memória daqueles que nos deixaram em condições tão dramáticas.