06 agosto, 2013

ALENQUER - TERRA DE CICLISMO E DE CICLISTAS

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A PROPÓSITO, A "VOLTA" ESTÁ AÍ...
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Gosto do Ciclismo, gosto deste desporto verdadeiramente popular, porque é o único que vai até à porta de cada um. Desde que me reformei e as televisões passaram a dar em directo todas as voltas e os clássicos, aí estou eu de olhos no televisor papando o Giro em Maio, o Tour em Julho, a Volta em Agosto, não esquecendo que o Setembro ainda nos trará a Vuelta. Isto, falando só do principal, porque ainda há a volta à Turquia, à Polónia, aos Países Baixos, à Califórnia... Bem, mais os Campeonatos, os Jogos e os grandes prémios denominados clássicos.
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Julgo que esta minha paixão pelo ciclismo (logo eu que só monto uma bicicleta sem rodas...) tem muito a ver com a Alenquer da minha infância. Brincávamos no jardim frente aos Paços do Concelho e parávamos embasbacados para ver passar, a grande velocidade, o Pedro Polainas, na sua camisola do Sporting, em direcção à Judiaria onde ia visitar uma sua irmã, aproveitando para isso o treino quase diário.
Depois, eram os grandes circuitos à Vila que por aqui chegavam a juntar 50.000 pessoas para verem o Alves Barbosa discutir rijamente o primeiro lugar com o Ribeiro da Silva.
Por isso, as imagens que se seguem, feitas aqui em Alenquer, são como que um meu (modesto) tributo à modalidade, como já disse, uma paixão que nem mesmo o que aconteceu com o meu maior ídolo, o americano Armstrong, esfriou:
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- Reparem como aqui é ela que está a dar-lhe a táctica...
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- Sem eles as provas de ciclismo não seriam possíveis. E são tantas vezes esquecidos...
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- Concentrado, o ciclista em primeiro plano reza para que tudo lhe corra bem ou sonha com a vitória?
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- A luz estava um pouco de frente, por isso não era a melhor... Mas eu queria Alenquer a servir de fundo ao campeão.
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- O Prof. José Santos do Boavista dando instruções em plena corrida. Bem... esta fotografia lembra-me um sonho concretizado e uma vergonha porque passei. Eu conto a história:

Como adepto do ciclismo sempre alimentei um sonho: fazer um circuito ou uma etapa num carro de apoio de uma das equipas. E esse sonho tornou-se realidade quando o meu amigo Zé, do Restaurante "Primeiro de Janeiro", me encomendou ao Professor José Santos e me meteu no carro do Boavista.
Enquanto a prova decorria, eu que não consigo estar calado muito tempo, lá ia incomodando os acolhedores anfitriões sobre rodas, fazendo desfilar os meus conhecimentos sobre a modalidade. E dizia: «Sabe, Alenquer é uma terra que já deu grandes ciclistas, como o Maurício Vieira que correu no Águias de Alpiarça, o Ventura Cristóvão que vestiu a camisola do Sporting, o Dionísio Santos que honrou a camisola do Benfica, o grande Alexandre Ruas que ninguém batia ao sprint, mais recentemente o Hugo Vítor, o Edgar Anselmo...». O Professor lá me deixou ir, para então me perguntar com um olhinho malicioso: «Então e o José Henriques?» Ora gaita, lá me tinha esquecido do único alenquerense que havia vestido a camisola do Boavista... «Pois também esse...». Virei-me para a porta mas vi lá escrito: «Proibido sair com o carro em andamento.».
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Veio tudo isto a propósito da "75.ª Volta a Portugal em Bicicleta" que está aí, a bater à porta. Como todos, gostava que fosse um português a ganhar... Mas quem? Alimento grande curiosidade sobre o que irá fazer o Joni Brandão. Depois, há uma mais do que justa expectativa sobre o Hugo Sabido da Antarte. Mas, sinceramente, a EFAPEL com o Rui de Sousa, o Filipe Cardoso, o Nuno Ribeiro, o Hernâni Broco, o César Filipe e o já citado Joni Brandão, parece-me ser a única equipa portuguesa capaz de protagonizar uma vitória. Vejamos, ainda, o que nos reservam as equipas estrangeiras.
A Volta está aí, temos, pois, festa nacional.
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